ESTADO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado da Agricultura
Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina

Defesa Sanitária Vegetal

Programa Estadual de Sanidade das Pomáceas

Cancro Europeu

Acesse as principais informações sobre o Cancro Europeu:

http://www.cancroeuropeu.com.br/

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Programa Estadual de Sanidade das Pomáceas

O Programa Estadual de Sanidade das Pomáceas é executado pela Cidasc para a proteção dos pomares catarinenses. Visa o desenvolvimento das ações relacionadas às pragas regulamentadas para a produção de maçã em SC.

O programa é executado no âmbito da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal – DIDEV da CIDASC.

Coordenadora: Roberta Duarte Avila Vieira

Contato: maca@cidasc.sc.gov.br


A produção de maçã

Foto: Paulo Tarcísio Domatos de Borba

A produção de maçã no Brasil concentra-se na região sul com mais de 38 mil hectares produzidos com a fruta. Devido ao clima adequado, a produtividade alcança aproximadamente 38,8 toneladas por hectare, distribuídos entre os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. 

 por apresentar um clima adequado, também, estrutura de logística e de comercialização. São mais de 38 mil hectares e uma produtividade média de 38,8 toneladas por hectare, distribuídos entre os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. 

Santa Catarina responde por aproximadamente 48% da área cultivada com maçã, o que representa cerca de 50% da fruticultura do Estado, sendo o maior produtor nacional da fruta. O cultivo de maçã é uma atividade de grande importância socioeconômica para o Estado, uma vez que o setor potencializou o desenvolvimento das regiões de Fraiburgo e São Joaquim, que possuem hoje a principal fonte de renda oriunda da exploração da cultura da macieira. A maçã permite viabilizar economicamente a pequena propriedade, incrementar a agroindústria e explorar adequadamente as potencialidades climáticas das regiões produtoras. 

A disseminação de pragas em pomares comerciais traz sérios prejuízos econômicos, sociais e ambientais para o Estado. Uma vez que, é dever do Estado, manter o status fitossanitário das espécies vegetais de importância econômica para a agricultura catarinense. A Secretaria de Agricultura por intermédio da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (CIDASC) desempenha um papel fundamental ao estabelecer medidas de vigilância e monitoramento constantes dos pomares  através das ações e medidas de defesa sanitária vegetal, de forma que se permita avaliar o risco de entrada, a dispersão e estabelecimento  de pragas  em Santa Catarina, essenciais para minimizar os danos causados por essas pragas, garantindo o fortalecimento da economia e produção catarinense de maçãs.


Pragas regulamentadas

O fungo Neonectria ditissima

Sintoma de Cancro Europeu – Neonectria ditissima

Sintoma de Cancro Europeu – Neonectria ditissima Foto: Roberta Duarte Avila Vieira

As infecções por Neonectria ditissima afetam, principalmente, as partes lenhosas, como os ramos do ano, os galhos, tronco principal da planta e os frutos. As temperaturas amenas são propícias para o desenvolvimento e esporulação do patógeno. As chuvas e a alta umidade relativa mantêm a superfície das lesões/ferimentos de ramos ou troncos úmidas o suficiente para que ocorra a germinação dos esporos e colonização das células do córtex. Estas condições ambientais de predisposição estão presentes praticamente durante todo ano. Os materiais de propagação contaminados constituem um grande risco para a disseminação do fungo, agente causador do “Cancro Europeu”.

O Cancro Europeu foi constatado no Brasil em 2002 no Rio Grande do Sul e rapidamente disseminado. Em 2009, a doença já havia sido identificada nos três estados produtores do Sul: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, devido à comercialização de mudas infectadas dos viveiros contaminados pela doença. A praga, que gera prejuízos à cadeia produtiva da maçã, encontra-se sob controle oficial nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Foi publicada, no último dia 26 de abril no Diário Oficial da União, a Portaria SAR nº 20 de 19 de abril de 2023, que institui no estado de Santa Catarina o Programa Estadual de Mitigação de Risco do Cancro Europeu das Pomáceas, doença quarentenária presente no país, causada pelo fungo Neonectria ditissima. Esta portaria define medidas complementares para a execução do Programa Nacional de Prevenção e Controle do Cancro Europeu (PNCE), que estabelece critérios e procedimentos para a contenção da doença.

Algumas das medidas complementares do Programa Estadual de Mitigação de Risco do Cancro Europeu já estão estabelecidas no PNCE, como a obrigatoriedade de cadastro georreferenciado de todas as propriedades com cultivo comercial de maçã ou produção de mudas, a declaração da situação sanitária da propriedade em relação ao Cancro Europeu, a adoção de tratamentos fitossanitários em momentos predefinidos no ciclo da cultura e a exigência de Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) para o transporte de material propagativo e frutos de espécies hospedeiras.

No entanto, além das regras já preconizadas no PNCE, a Portaria Estadual traz medidas de biosseguridade que devem ser aplicadas pelas unidades produtoras e estipula prazos para cadastros das unidades de produção e, também, para a declaração da situação sanitária, os quais devem ser realizados até o dia 15 de outubro de cada ano. Outro ponto abordado na PMRCE, diz respeito ao ingresso de mudas de macieiras em Santa Catarina, as quais deverão estar acompanhadas da autorização de ingresso fornecida pela CIDASC, juntamente com o termo de conformidade e suas respectivas notas fiscais.

Dessa maneira, através de medidas de prevenção, vigilância e controle, estabelecidos por esta Portaria, busca-se alternativas para evitar novos focos do cancro europeu em outras áreas ou plantas, de forma que não comprometa a produção e comercialização de maçãs e mudas dentro das áreas produtivas do Brasil.

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A mariposa Cydia pomonella 

Cydia pomonella em armadilha

Cydia pomonella em armadilha. Foto: Cassiano Augusto Araujo

Considerada uma das maiores ameaças à pomicultura mundial, a Cydia pomonella L. está regulamentada atualmente como uma praga quarentenária ausente no Brasil, sendo a maçã (Malus domestica) um dos seus principais hospedeiros.  A praga foi detectada em Santa Catarina em 1993, na área urbana do município de Lages e nos anos seguintes foram realizadas medidas de biosseguridade para delimitação, contenção e erradicação do foco de C. pomonella no Estado. Dentre elas a eliminação de plantas hospedeiras presentes no   perímetro urbano do município através do corte raso e posterior destruição do material. No ano de 2014, após o êxito do trabalho de defesa sanitária vegetal, observado pela inexistência de capturas, por duas safras, foi conquistada a declaração de erradicação da praga, tornando o país livre de C. pomonella.

Desde então, Santa Catarina mantém ações de biosseguridade através do monitoramento de 170 armadilhas do tipo delta com piso adesivo e feromônios sexuais atrativos. Estas armadilhas foram instaladas nas áreas urbanas, pomares comerciais, centrais de abastecimentos e casas de embalagens para confirmar a ausência de C. pomonella no Estado. Nos portos e aduanas, realiza-se a inspeção dos frutos importados, rejeitando aquelas cargas com a presença de C. pomonella, minimizando os riscos de entrada da praga no território. Portanto, a manutenção do status livre de C. pomonella representa para Santa Catarina uma economia significativa para o setor produtivo, uma vez que o uso de inseticidas levaria ao aumento do custo de produção, além da preservação do meio ambiente e da saúde pública.


A bactéria Erwinia amylovora

Sintoma de fogo bacteriano

Sintoma de fogo bacteriano. Foto: Rebekah D. Wallace, University of Georgia, Bugwood.org

Considerada uma das maiores ameaças à pomicultura mundial, a Erwinia amylovora está regulamentada como uma praga quarentenária ausente no Brasil sendo a maçã (Malus domestica) um dos seus principais hospedeiros. A queima bacteriana das rosáceas, uma das doenças mais destrutivas de fruteiras no Hemisfério Norte. O impacto econômico provocado pelo fogo bacteriano deve-se, principalmente, ao fato de afetar espécies da família Rosaceae, de grande interesse comercial como macieira e pereira e várias espécies ornamentais. Ainda, por ser altamente contagiosa e por isso de rápida disseminação e não existirem métodos de controle eficazes (PALACIO-BIELSA & CAMBRA, 2009).

A CIDASC realiza anualmente o monitoramento de Erwinia amylovora nos pomares através da fiscalização de unidades de produção e em viveiros de mudas de maçã, para prevenção da introdução e disseminação desta praga nos pomares catarinenses. Realiza também ações de educação sanitária para conscientização da cadeia produtiva sobre a importância da vigilância constante para manutenção do status ausente da praga para a economia catarinense. Além disso, o plano de contingência foi validado no município de Fraiburgo no ano de 2014 como um importante instrumento nas atividades de defesa sanitária vegetal, principalmente quando existem ameaças iminentes desta praga quarentenária ausente no Brasil.

Assim como a análise de risco de E. amylovora, conforme (Vieira, 2019), determinou as áreas de risco potencial desta praga ser introduzida e se estabelecer no Brasil, sobretudo nos pomares catarinenses.

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Legislação

Cancro Europeu (Neonectria ditissima)

Hospedeiro: Maçã

Fogo Bacteriano das rosáceas (Erwinia amylovora)

Hospedeiros: Maçã, Pêra e outras rosáceas.

Traça da maçã (Cydia pomonella)

Hospedeiros: Maçã, Ameixa, Pêssego, Pêra, Damasco, Marmelo, Nectarina, Cereja.